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sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Regresso Às Aulas


Lembro o frio na barriga do regresso. Um misto entre a tristeza que fica na memória de cada grāo de areia e a vontade genuína e entusiasmante de regressar. O cheiro dos cadernos novos e o papel colante a brilhar. A mochila acabada de comprar e o estojo em lata cheio de lápis para desenhar. Eram as aulas. Já menina, de vestido e gancho no cabelo ia feliz com o aperto para descobrir novos segredos.

Ainda antes, mais para trás, na creche, na infantil, no infantário, era um drama. Recordo esse choro, lembro bem o desespero, aquele medo. Dias menos felizes por nāo conhecer aquele largar. Era pequena, tāo pequena que nem seria natural esta forma de recordar. Faz parte mas eu nāo sabia como e porque é que tinha de lidar. 
Nāo sabendo ainda o segredo mas na sorte do sucesso, a Amália hoje corre pelo corredor para lá chegar. Gosta de ali estar. Pode ser sorte, pode ser segredo… Mas de manhā, agora, digo sempre: A māe vai-te buscar. Ela sorri e num gesto que sinto agradecido diz-me que sim. 
Partia-me o coraçāo se fosse diferente. Seria impossível se fosse como eu, a chegar triste e inquietante. 
De manhā, antes de ir, acalma-me o coraçāo aquele sorriso e aquela certeza. Olhos felizes de uma idade maior e conhecimento infinito. Tranquiliza-me. Olhos que me dizem - Estou bem, māe. Fico bem, māe.  Ela nāo diz. Essas palavras sāo ainda desconhecidas. Diz no sorriso. É esse o meu entendimento. É essa a certeza.  

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